light gazing, ışığa bakmak

Tuesday, August 1, 2017

quem sou eu

14 anos depois do primeiro blog, julgo eu, o bloggingburt entretanto assassinado por mim e pelo blogcity em simultâneo, depois da meiadeleite, esse sim de suicídio súbito.  e porque os 51 são os novos 30, Nel mezzo del cammin di nostra vita mi ritrovai per una selva oscura, ché la diritta via era smarrita. - mas este não é um inferno porque não creio nele, mas sim um outro bosque, como não creio na via diritta porque todas são direitas as que se seguem com cegueira mas com convicção. quem és tu, av, uma intrusa, uma onlooker, a do canto a ver, a do centro que fecha os olhos mas se apercebe, a que sabe sem saber todas as sombras que te passam. a pouco tempo de iniciar novo blog (fora os escondidos), e sem que este se esvaia porque aqui tem estado o centro, uma curiosidade breve sobre o medo e como o medo se espalha no mundo sem fios: "in the future we will photograph everything and look at nothing", diz a New Yorker. [Today everything exists to end in a photograph,” Susan Sontag wrote in her seminal 1977 book “On Photography.”] e contra esta ideia coloco outro seminal Walden, um dos livros da minha vida e ao qual regresso sempre que me pergunto 'quem sou eu'. porque eu sou, sabe-se, a minha própria biblioteca e essa colecção de frases voadoras sou eu. se apontasse um livro só para ler nestes dias de cigarras e de campo, de solo seco e espaço, de ouvir o vento a pentear as ervas, os carros longínquos como os arraiais de verão com a música pimba a ecoar nos vales do gerês, um eco que sabe a bolo e a delícias, esse livro seria Walden.

"One farmer says to me, 'You cannot live on vegetable food solely, for it furnishes nothing to make bones with;' and so he religiously devotes a part of his day to supplying his system with the raw material of bones; walking all the while he talks behind his oxen, which, with vegetable-made bones, jerk him and his lumbering plow along in spite of every obstacle.", Thoreau, quem mais, no Walden.

No comments:

 
Share